O QUE SOMOS
O que fomos, afinal?
Por quem tomou nossas mágoas
em cálices amargos de seus dissabores?
Onde ficou o perdão esquecido
entre tantos cortes e tantas dores?
Por que você nunca diz o que sua boca nega?
Acaso me tem como a cega,
aquela a quem tudo perdoa,
que se humilha, que é à toa
pro seu agrado e prazer?
O que somos, afinal,
quando você e ninguém mais
tem o domínio sobre tudo o que faz
e tanto me impede de viver?