Tanto faz...

Amanhã será diferente

Disseste tu, assim como quem parodia a vida

Findo o dia, vem a noite

Vai o sol, vem a lua

Minh’alma nua chora a ausência tua

Obscuro, em cômodos escuros, perco-me

Presentes os mesmos fantasmas de sempre

Horas lentas, insônia que assola corpo e mente

Amanhece

O sol invade as frestas feito lanças

Manhã fria

Novo dia?

Teve noite?

Teve lua?

Vai ter sol?

Chuva?

Flores no jardim?

Que importa?

Se tuas portas

Estão fechadas para mim

Há tempos pressentia o fim

Que veio enfim

Num adeus longamente anunciado

Nos silêncios e nas ausências

Tão frequentes

- Roberto Coradini {bp}