Crianças brincam na chuva

Chuto a água na guia.

Movimento meus olhos do passado para o presente,

Olho carros e casas.

Meu olhar frio, rosto vermelho, Alma doente.

Lembro de teu olhar,

De suas palavras mordazes

E de minhas condições.

Nada em contraste.

A culpa fora minha,

O silêncio de quem foi?

O medo único companheiro.

Meu amor que o orgulho sobrepôs

A chuva cai como lágrimas

Em uma rua que lembra minha face,

O cinza cimentado lembra minha frieza.

Que impediu que argumentasse.

Sei que a perdi.

E que nada mudara o peso em minhas luvas,

O presente de amor que carrego.

Sendo ignorado pelas crianças que brincam na chuva.

Sem Nomes
Enviado por Sem Nomes em 28/04/2010
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