Crianças brincam na chuva
Chuto a água na guia.
Movimento meus olhos do passado para o presente,
Olho carros e casas.
Meu olhar frio, rosto vermelho, Alma doente.
Lembro de teu olhar,
De suas palavras mordazes
E de minhas condições.
Nada em contraste.
A culpa fora minha,
O silêncio de quem foi?
O medo único companheiro.
Meu amor que o orgulho sobrepôs
A chuva cai como lágrimas
Em uma rua que lembra minha face,
O cinza cimentado lembra minha frieza.
Que impediu que argumentasse.
Sei que a perdi.
E que nada mudara o peso em minhas luvas,
O presente de amor que carrego.
Sendo ignorado pelas crianças que brincam na chuva.