PRETÉRITO IMPERFEITO

Eu bem queria que este pretérito nem tivesse ousado ser presente

Mas ir contra a gramática da vida é como ferir a própria naturalidade

E ir contra nossas escolhas preteridas é como se condenar

Por isso eu simplesmente esqueço e tento prosseguir com simplicidade

Não há como apagar uma conjugação porque cada verbo tem seu tempo

Mesmo que este tempo tenha passado, mesmo que ele venha a ocorrer

E mesmo que desejamos deixar a primeira pessoa de culpa isento

Eu amava, eu adorava, eu arriscava, eu conversava, eu namorava

Ele enganava, ele usava, ele encantava, ele enrolava

Eles alertavam, eles detestavam, eles condenavam, eles refutavam

E no final das contas apenas o lembro o futuro do pretérito hoje confirmado

Eu acordaria, ele desprezaria, nos odiaríamos, eles concordariam

E simplesmente no hoje, presente do indicativo deste passado

Eu sei, eu aprendi, eu desisti, eu sobrevivi, eu esqueci.

Magna Fernandes (18/01/2010 16:30hs)

Magna Eugênia
Enviado por Magna Eugênia em 28/04/2010
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