QUANDO O AMOR SE VAI

O amor se foi

E nada mais restou

De mim, de você, de nós

Apenas nós na garganta

E tanta mágoa e saudade

Daquilo tudo que era e se findou

Do amor que era tamanho

Não sobrou nenhuma parte

Nem um desejo tacanho

Ou um relance de olhar

Que revele, ainda, o quanto arde

O afago na mão

Foi-se como o vento

Como a chuva, num só lamento

Enxurrada da alma

Deixando poças e sofrimento

Um rastro de destruição

Muitas feridas e mortes

Nos sentimentos que, agora, vivem sós

Quando o amor se vai

Fica um vazio, um frio, um arrepio

E nada pode preencher, aconchegar e atenuar

Esta solidão que invade as madrugadas

Mesmo os dias estão sem companhia

Toda a multidão está calada

Ninguém fala mais nada

Sem sua voz tudo é silêncio

Fico abandonada

Já não tenho poesia

Agora escrevo apenas desabafos

Antes minha alma ardia

Para derramar palavras e afagos...

Janete do Carmo
Enviado por Janete do Carmo em 23/05/2010
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