CALO O VERSO...
Fiz silêncio diante do tempo...
A matéria ressona em
caminhos de dúvidas
e o coração tangeu
em sons de lamentos
as lágrimas que verteu.
Fecho os olhos,
adormeço a inspiração
e calo o verso...
Do poema de amor
apenas restou
respingos de saudades.
A perfeita harmonia
perdeu-se nas imperfeições
das trilhas da vaidade.
Alma sem brilho,
triste e sem tino,
recolhe-se retraída
em puro desatino.
Emoções desfolhadas
afloram em terras enodoadas,
cercadas por espinhos de solidão.
O canto ilhado
em notas sem tom,
desafinado,
perdido nas partituras inacabadas
dessa vida destoada.
A poesia empobreceu
com a rejeição que mutilou
os tantos sonhos meus...
29/08/2006