Cores...
Eu escrevi essa história e pintei com essa cor
mas é diferente quando a vida é quem escreve
pintando outra tinta nos pigmentos de amor.
Talvez que a calma aparente,
ansiosamente intranqüila;
talvez que o amor atraente
nos transformasse em areia e vermelho de argila,
trazendo brilhos como os brilhos de dois sóis...
Quando brilhas por mim, quando procuro por ti;
se te completo; tu me constróis.
Das asas de um colibri
tirei o azul puro e leve;
da borboleta bonita que tão inconstante voeja
o carmim de tua boca pintada de tom cereja,
o suave marfim de tua pele em relance breve
com a cor de meu amor...
Mas a cor de meu desejo
em teu rosto é rubor de pejo
contrastando o preto e branco de tua roupa
tons envolventes do sonho de uma hora louca
pintando forte as tonalidades no pensamento...
Mas se ainda existe
ou se ainda persiste
qualquer tom e qualquer cor
que pudesse te lembrar de amor,
se os neons ainda põe tons brilhantes na rua,
já não conseguem pintar meu sentimento
descoloridas que são as cores da esperança
nenhuma luz, apenas traços de lembrança
no inquietante negrume da noite sem lua...