Vou me embora na marola...

Sou ser que tinha asas e vc tentou arrancar,

Pequena borboleta que em tua mão pousou,

Fragmento de mulher que se deixou levar,

Resto de afeto que você rasgou.

A pedra do cais está solitária a menina morreu,

Em agonia foi-se embora deste tempo,

Deixou carregar teu corpo inerte e seu pensamento,

No mar sepultou o último beijo que não lhe deu.

Agora podes ser dono de tudo,

A menina não pode mais voar,

Este sentimento que é obrigado ser surdo e mudo,

Apenas para sómente à ti contentar.

Não me fale de estrelinhas e insetinhos,

Porquê não me suaviza esta dor?

Me destes restos de teus ninhos,

Pássaro que pra mim construiu o amor.

Me acusa de querer beijar na boca,

Mas sou humana e preciso de carinho,

Me ridica teus favores um tantinho,

E ainda quer que eu fique louca.

Vou me embora na marola...

Onde eu fique longe de teus caprichos,

Onde não seja o teu lixo,

Vou ser sereia que cantarola...

E em minha canção,

Quem sabe toque teu coração,

E venha ser meu bem,

Vem?

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 08/09/2010
Código do texto: T2485552
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