Veleiro do tempo
Ando meio perdido em uma gota d’água,
Que cai no oceano dos nossos sonhos
E transborda em lágrimas de amor
Vindas do passado e a caminho do futuro.
Nada mais me lembra do doce sabor da paixão,
Se não contarmos as lembranças embaçadas,
As fotos montadas, com carinho, pelo destino
E o porta retrato vazio sobre a mesa.
Aí vem a pergunta: onde isso tudo vai dar?
Já não deu em nada antes, mas resta a esperança,
Essa maldita, que me prende ao laço do enforcado,
Ao ninho da minha própria utopia.
E por falar em utopia, esta me sai como gota,
Que vem matar a charada e mais alguém no caminho.
Utopia, utopia, inocente utopia.
Protótipo de realidade, sorte lançada ao mar, como eu.