Assim, de repente...

As vezes eu fico sozinho

Aí vem umas pessoas voando e ficam do meu lado

Não podem falar

Apenas seus olhos em silêncio me dizem alguma coisa

Assim, de repente...

As vezes eu quero ficar sozinho

E saio calado diante de todos

Que me olham em desaprovação

E dizem que sou estranho

Porque não me despeço

Porque vou de repente

Porque, de repente,

O riso perde o sentido...

As vezes eu quero ficar sozinho

E eu não decido isso

A vontade vem

Vem uma força que esvazia

Que apaga a estrada por onde vim

E apaga também o sentido por onde ia

E não vejo mais

E tenho que me retirar

Assim, de repente...

No meio dessas pessoas

Tão amáveis

De sorriso tão fácil

Eu sinto falta

Eu sinto muita falta

E essa falta

Assim, de repente, me invade

E enche meu coração

E ai não posso mais participar

Entender a piada

E ver uma graça em qualquer coisa...

Alguma coisa

No meio dessas pessoas tão sadias

Me faz lembrar

De algo que não apalpo

Mas, como uma pontada no meu nada,

Ela me acorda

E me diz que tenho que saí

Que acabou a brincadeira

Deu meia noite

E não há fadas

Não há nada...

Apenas a Noite que me abre os seus braços

A me oferecer seu beijo

Durante a madrugada

Em que penso e penso...

Mas nada,

A mim não se revela nada,

Mas a vontade de ir vem,

Mesmo sem saber por que,

Nem para onde, vem,

A vontade vem

Assim, de repente...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 01/10/2006
Código do texto: T253892
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