O Teatro
Cabeça pesada,
Passos longos.
Eu caminho pela sombra
Pra que o Sol não queime
Ainda mais meu coração.
Finjo estar bem,
Sorrisos atores,
Falas de personagens
Que nem sei quem são...
Toda essa peça
Esconde a dor , a loucura, o desespero,
A tragédia grega de um romance mexicano .
Que o teu afeto me afetou é fato,
Mas que a tua distância me desnorteou,
É fato concreto
Em uma dor mais que abstrata.
Os anjos que velavam nossos instantes,
Hoje assistem meus sonhos
Que se rebaixaram a pesadelos.
Que as máscaras caiam !
O teatro raramente as usa, hoje !
O real é atual, é face limpa,
Monstruosa sincera,
Cínica sedução.
Os meus versos atordoam a tua mente,
Descrevem meus desejos desmazelados.
É que eu perdi a “fingidez”.
A moda agora é ter a mente psicótica,
Escancarada,
Ocasionando reações desoladas.
Mente e coração
Vítima e agressor.
O último ato,
Um coração partido,
Lágrimas enclausuradas, libertinas !
História assassinada.
Uma face real,
Dolorida e solitária .
Sem aplausos.
Loren Rodrigues 05/10/10