Em noite serrana a morte chega aconchegante

Em noite serrana a morte chega aconchegante

Pela madrugada a fora segue o cortejo

Igual a seresta da lua que perde o Tejo

Nas linhas do horizonte descansa o poeta gigante

Entre verso e rima, se vai o sussurrante

Nas veredas da solidão em horror me vejo

Onde não sinto o calor do desejo

Lábios finos e fogosos ficaram sem amante

Ludibrio com doses de saudade dura

Meu destino em borões perdeu a certeza

E agora só, reino na sepultura

Entre noite e dia amargo a tristeza

De palavra em palavra acabo nos transes da ventura

Onde em morte aceito o dom da natureza.

Vagner Alves
Enviado por Vagner Alves em 18/10/2010
Código do texto: T2564379
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