A dor do desamor

O abismo enorme era meu tudo

E engolia cada lágrima caída,

De terror me fazia ficar mudo

E separava-me da única saída.

E ninguém bateu a minha porta

Nem mesmo batia nela o vento,

Era triste a minha face morta

Deitada nos braços do tormento.

Esparramado naquele mesmo lugar

olhando o balançar da cadeira,

Atormentado pelo pesado caminhar

Do teu fantasma sobre a madeira.

Não esquecerei a tua ausência

Nem as angústias que aqui deixou,

Beberei as lágrimas da penitência

Que meu coração por ti derramou.

Fui covarde e permaneço fraco

E serei eternamente lastimado,

Aceitei ficar dentro do buraco

Onde me deixastes acorrentado

O dia morreu foi engolido pela serra

E a noite desceu muito mais escura,

O abandono empurra devagar a terra

Para cobrir o vazio da minha sepultura.

Jeff Condol
Enviado por Jeff Condol em 18/10/2010
Reeditado em 18/10/2010
Código do texto: T2564396
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2010. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.