"Houve um dia, uma longa espera..."
Vida levava
Em forma de quimera
Entre dores e pesares
Do coração de quem espera
Seu tempo assim o era
Confidências à antiga Lua
Branca luz feita esfera
Dias e noites indo à praia
Nas mãos um ramo de era
Caminhava com delicados passos
Usando um doce perfume
Contagiava a atmosfera
Ia e vinha e não percebia
Já chegara a primavera
Houve um dia
Uma longa espera
Não ouviu os uivos do inverno
Nem percebeu o outono cantar
Talvez esquecer quisera
Pondo-se somente a caminhar
Quem sabe assim
O tempo enganasse...
Passasse, voasse
E ela assim o ludibriasse?
Houve um dia
Uma longa espera
Com o desejo de quem venera
Com a força de uma fera
Existe o hoje
Bem distante da longa espera
Vê-se ainda a velha casa
Agora apenas uma tapera
Fico a pensar comigo
Que terá sido de Vera?
Eliana Braga
07/10/06
01:18hs
Campinas/SP/Brasil