Saiu A Caminhar Por Outra Estrada

Faz muito frio lá fora,

E quem eu amo, onde andará?

Estou tão solitario aqui, agora,

E sem a certeza de que ela virá.

Olho para o relógio a toda hora,

E as horas passam tão depressa.

Porque que o imenso frio que faz lá fora,

Não congela essa ânsia que não cessa.

Entreanto, põe-me assim, desesperado,

Tanto que me vem vontade de chorar.

Agora, tudo lá fora está gelado;

Aqui dentro, minha alma geme sem parar.

Todo o meu corpo treme e se inquieta

E meu olhar, se perde pela vidraça.

A solidão chega, e se apossa do poeta

Roendo a esperança como a traça.

Assim, vai-se a noite e vem o dia,

E pouco a pouco, o sol desfaz o orvalho

Que caiu, na madrugada feia e fria.

Findou-se finalmente a noite feia e fria,

Mas não veio a musa, moça, esperada.

Findou-se também o poeta, e a poesia:

Saiu a caminhar por outra estrada!...

Roberto Jun
Enviado por Roberto Jun em 28/10/2010
Reeditado em 03/06/2014
Código do texto: T2583997
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