UNIVERSO EM DESENCANTO

Universo em desencanto,

Meu corpo perdeu de ti um único acalanto,

E as memórias fazem gotas de meu inconsolável pranto.

Se eu soubesse o quanto iria doer,

Me absteria de tanto sofrer.

Seria aquela outra ingrata cuja perfeição você iria sempre ver,

Mas que furtivamente o traiu sem esconder.

À mim coube desta história a parte mais sofrida,

Um desejo maior que a vida,

Resignação é a palavra chave desta menina perdida,

Que um dia foi sua querida.

Hoje não sou mais nada.

Musa recusada.

Mulher enclausurada.

Borboleta aleijada

Flor despedaçada.

Possuo o sentimento inquestionável,

Destes que a alma sente de forma palpável.

Sou ser resoluto não maleável.

Que não quer a frivolidade da palavra “INSTÁVEL”.

Se eu pudesse faria diferente meu destino.

Cometeria todos sonhados desatinos.

Te congelaria para sempre homem-menino.

Mas sou trem cansado,

Em ferrovia de dormentes arrancados,

Não há como seguir, estou parado.

E fica aqui o mais triste dos beijos meus,

Em agradecimento por tudo que me deu.

A tua não escolha é o que mais doeu.

Porquê ela te deixou e você poderia antes ter escolhido “EU”.

Mary Rezende
Enviado por Mary Rezende em 16/12/2010
Código do texto: T2675196
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