Um quadrado

O pavor, o medo

A angústia percorre pelos corredores

Artérias e veias

se contorcem, se dilatam,

perderam o controle da sua proporção

O passado se revolta

destruindo o futuro

O futuro dos teus planos

Não me permito sonhar

apenas tenho pesadelos

Minha tempestade me cobra

porque deixei de enfrentá-la

Fui corajoso em me tornar covarde

Escravo dos horizontes que me alinhei

Escravo dos medos que temi

Escravo dos tabus que criei

Sou poligonal

Contenho minha covardia

me escondendo na pedra de Drummond.

Henrique Rodrigues Soares - Sociedades dos Eremitas