Cidade perdida

Seja quem for

A realidade nunca é o bastante

Enquanto puder voar

Fuja poesia

Tinta da esferográfica

Estourada no bolso

Manchando a camisa

Sol a contemplar as formigas

Edifícios apontam para o alto

Ar condicionados suando

A primavera com ar de verão

Pássaros empalhados nas árvores

Dedos sangrentos escavam a pele

A alma se esconde

Você nem percebe

Todo dia, arroz com feijão

Reino no chão

Pontuado de manchas

Sangue e óleo diesel

Lixo e ratos

Abafado entardecer

Calor escaldante

Trânsito sem palavras

Asfalto fervente

Todas as estações movimentadas

A cidade flue encantada

De um lado para o outro

Nesta terra não há ouro

carlos assis
Enviado por carlos assis em 20/01/2011
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