Fim de ano

É fim

É fim de ano novamente

Pessoas se olham e se perguntam perplexamente

Como foi que o tempo passou, o que foi feito, o que ficou?

Eu olho pra dentro de mim e revejo idéias e planos

E numa angústia colossal, contabilizo perdas e enganos

Vou numa marcha lenta, pesada, sofrida absoluta em seu espanto

Fim de ano novamente, os sonhos largados em algum canto

E uma sensação de que nunca mais seremos felizes

Fim de ano, fim de encanto, sem magia, sem cores nem matizes

Meus olhos não conseguem ficar secos, minha boca quase não se cala

Num gemido sepulcral, olho para todos e os vejo sombrios, temerosos e sem fala

Uns riem pra disfarçar o medo, outros, por tê-lo encarado, enlouquecem

Outros ainda vão vivendo, estáticos em suas vidas vazias, estes apenas permanecem

Alguns buscam uma vã esperança, fetejam e cantam e esperam um novo momento

Mas eu, só consigo num breve intervalo de lucidez insólita,

escrever esse pobre lamento

Brandim
Enviado por Brandim em 02/02/2011
Reeditado em 08/02/2011
Código do texto: T2766876
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