Do que fui...

...nada sou, senão certezas.

Um pedaço de solidão deixado de lado,

o alvo, que você acertou de modo errado,

o plano, que arquitetou por engano...

...nada sou, senão pobres lembranças.

Um corpo de desejos, sempre culpado,

um caminho quadrado em sua vida traçado,

o perfume-veneno, num frasco pequeno...

...nada sou, senão o riso do canto do teu lábio.

Aquela que caiu em armadilhas feitas para outra,

a desequilibrada, histérica e louca,

um caso incompreendido, findo, perdido...

Eu fui a cegueira do teu coração,

o silêncio do teu ouvido

e a gagueira da tua voz...

Fui o lado negro da tua poesia,

o rasgo na seda partida,

e o lado inexistente de nós...

Melissa Lorenzi
Enviado por Melissa Lorenzi em 27/02/2011
Reeditado em 27/02/2011
Código do texto: T2818558
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