Sopro da Vida

Sofro com o despertar dos inocentes.

Choro, com as lágrimas dos desesperançados.

Evito o dia para não ter que ver a noite.

(Onde se encontra o amanhã?)

Escuto gritos de dor, mas não os conheço.

Ouço súplicas, mas sempre as esqueço.

Sento, acendo um cigarro e espero,

Espero a sorte trazer o que eu quero...

Minha vida? Essa eu já esqueci

Desde o momento de meu nascimento,

Que foi o dia do meu maior tormento,

Pois nascendo, eu morri e pereci.

Eu me encosto e meus olhos se cerram

De angústia, de agonia e de dor.

Minha “vida” e minha sorte se encerram

Pois, na “vida” nunca tive um grande amor.