As curvas que você levou

Foi o demônio que fez a lua

Nada é definitivo

Neste verbo meio indefinido

Sobre a mesa de jantar

Não sou amigo do céu

Dou as costas para o passado

Danço na sala com o rádio alto

Chamando as sombras das bruxas

Chuvas que caem sobre a cidade

Veneno perpétuo

Flores brancas e amarelas

Que os braços da noite apertam

Cavei um buraco no jardim

Perto do meu gato

Enterrei todas coisas

Que foram e que não foram

Acho que esqueço feito um animal

O mar é fundo

Tão fundo quanto um colchão de cama

Sonhos delirantes de um homem solitário

Pedaço de roupa

Num pedaço de carne

Esperando salvar o mundo

Esperando o relógio parar

Um número decimal

Escrito no papel oficial

Rosto de mulher desenhado

Num espelho de banheiro

carlos assis
Enviado por carlos assis em 07/03/2011
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