VORAZ

Em meio àqueles epirogenéticos movimentos da mente,

Expande-me uma transgreção social.

De dar o passo, ao parecer imoral.

Não importo-me em usufruir o presente.

Busquei a luz dos olhos teus,

O tato que meu rosto afaga,

Da boca a língua que embriaga.

Apasiguando os desejos meus.

A noite em tempo adentro,

Esbranquiçava pelo sabor da cachaça,

E de uma boca a outra passava.

Em nossos corpos se fazia ardendo.

Eis que o axioma me veio.

Subitamente me rendi a vontade.

Agora tudo era realidade.

Em teus braços fiquei ao meio.

O quarto em que dividia,

Na meiguice das palavras manças,

Em teu peito adormecia.

Era eu uma criança.

A cada toque mais paz em mim.

E nos seios as marcas permanecidas,

Daquela noite por ti adormecida.

A sensibilidade parece não ter fim.

O sono não me chega aos olhos

Pois a morfogênise daquele ser,

Faz minha visão iluminar sem escurecer.

Processando imagens e idéias nos miolos.

Em tua esperteza de mim cativar,

Deixas-te uma gostosa dor.

E minhas fossas nazais sentem o odor.

Eis um felino na defesa de atacar.