A QUARTÁRIA
Da primeira a quartária,
Eu procurei uma imagem
Foi como uma miragem
Na flora incendiária.
Queimou as cinzas meu bem
Do temporal a estiagem
Disso não sobrou mais ninguém.
Deitado em meu sofrimento
Meu coração em farelos
De olhos ébrios amarelos,
Batendo a face do vento
De ondas e revoltos mares
Ao chão me veio os castelos
De areia e dos meus pesares.
Inda não sinto o teu choro
Nem lágrimas molhando teu rosto
Parece a essência sem gosto,
Mas, que do mais intimo foro,
Eu pus minha alma a chorar
Por sentimento exposto
Como as ondas do mar.
E este céu que nos abençoa
As vezes se cobre nublado
Estremece o mundo embalado
Ao som enleado que ressoa,
Préludio do fim da bonança
Traz um tufão ao meu lado
Minando a confiança.
(YEHORAM)