POUCA HARMONIA
Eu não posso te amar
Embora muito te amei
Nem vou te reconquistar
Muito já te reconquistei
A ti eu me dediquei,
Mas não quiseste acordar.
Agora assim como o sol
Pode amar a lívida lua,
E neste encontro arrebol
Distante fica da rua
Os raios da pele nua
Como a casa de um caracol.
E no feitiço da lua
A águia fagueira no céu
A alma da loba é sua
Forte atração insinua
Pelo seu par, o seu réu.
Como para noite é o dia
Será o nosso grande amor
Que apesar da agonia
E de tanto que nos causa dor
Por durar tanto o ardor
Tem muito pouca harmonia.
Não posso mais te amar
Pois não me agrada sofrer
Nem ser pisado no lagar
De uvas salpicadas ao ar
Assim para mim não é viver.
Eu entendo claro o português
Li muita dor nessas linhas
Por tudo que o destino fez
O prazer já teve a sua vez
Pela paixão que me tinhas.
Agora as flores e as rosas
Nos sonhos serão esquecidas
As fontes de "Águas Formosas"
Emanam maravilhosas,
Nas fontes entristecidas.
(YEHORAM)