DESILUSÃO COM O MUNDO
O mundo me deprime
Estou desiludido
Que ninguém me anime
Já estou prevenido
Guerras sem um final
No distante Oriente Médio
Há coisa mais banal
Para o meu infindo tédio?
Jovens tão imaturos
Como viciados errantes
Vivemos dias inseguros
Que nunca vivemos antes
Fanáticos por toda parte
De sua lábia e sedução
São mestres de astuta arte
Explorando o pobre irmão
O mundo virou uma lesma
Ele se arrasta, vagaroso
A vida continua a mesma
Como um ser tão ocioso
Perdemos nossos valores
Que animavam os ancestrais
A vida sem sabores
E os homens, sem ideais
O mundo perdeu a inocência
De uma prisca idade do ouro
A guerra virou penitência
Dos cristãos e dos mouros
As florestas degradadas
Expõem a epiderme da Terra
Os desertos são moradas
Dos bárbaros em suas guerras
O capital financeiro
Cresce como bactéria
Para poucos, é um luzeiro
Para muitos, uma miséria
A crise do meio ambiente
Cresce na Aldeia Global
Assim como a aldeia da gente
Cresce mais que o ideal
Silvícolas de toda espécie
Querem toda tecnologia
Do celular ao GPS
Para alegrar o seu dia
Mas vivem em contradição
Querem uma vida ativista
Contra a branca civilização
Pra agradar ao gringo turista
A Potência Imperialista
Faz o que lhe apetece
Contra os inimigos da lista
Ou os que não lhe obedecem
As notícias do mundo cão
Só agradam aos curiosos
Da mediana população
Aos olhares ociosos
Chuvas e tempestades
São cenas recorrentes
Ficarão pra posteridade
Para os nossos descendentes?
E a corrupção deprimente
Que assola várias hordas?
Vivemos com uma inerte mente
Contra um bando de calhordas
E a má educação do povo
Que joga lixo na praça?
Vamos retroceder de novo
A uma era que nunca passa?
E a turba enlouquecida
Pela música de mau gosto
Como música genocida
Que mata a todos de desgosto
As revistas de fofoca
Vêm do Inferno de Dante
Atraem os leitores bobocas
Agradam aos artistas pedantes
Os programas de domingo
Só me dão desilusão
Prefiro aos sonhos dormindo
Ao Domingão do Falastrão
As novelas da Rede Globo
São temas de debates
Ditam a moda do povo
E deturpam a grande arte
E o ridículo BBB
Arrasta as multidões
Para os que tanto querem ver
A comédia dos anões
O mundo não me consola
Sua total futilidade
É como um vírus que assola
A ingente humanidade
O mundo não me apraz
Nenhuma ideologia me seduz
Precisamos viver em paz
Precisamos viver em luz.