DOR EM VIGÍLIA
Nesta noite cálida e dolorosa
De mais um dia que vivo sem ti
A minh´alma emotiva e chorosa
Senta e chora por tudo que vivi.
A flor do nordeste que amei
Dos olhos de mel e tristonhos
Que um dia feliz conquistei
Hoje joga na rua os meus sonhos.
E minh´alma deitada em pejo
Por todos aqueles dizeres,
Por estar tão distante o teu beijo,
Por não sentir mais teus prazeres.
Vejo morosa chegar a aurora,
Procrastinando até o alvor
E a espera que é minha senhora
Faz delongar mais minha dor.
É cruento este meu sentimento
Uma espada de dois gumes
Dilacera minha vida no vento
Por motivo tolos de ciúmes.
Quando foi que eu não te amei,
Quando não fui te socorrer?
Se tão nobre sentimento provei,
Por que não o deixaste viver?
Tu não deixaste viver o amor
Não lhe deste sossego e paz,
Mesmo sendo tão meiga flor,
É a mágoa que te satisfaz?
Minhas vácuas madrugadas
Me falam no silente agudo,
As vozes das ruas paradas
E o cão que late sanhudo.
Tudo me foi cravado n´alma
A lembrança da indiferença,
Finalmente chegara amanhã calma
Ao dilúculo pedindo licença.
Espero que minha dor ceda assim,
Como a noite cede para o dia,
Que meu suplício tenha um fim,
Sem licença chegue a alegria.
(YEHORAM)