ENTRELINHAS

Que sentimento profundo

Vem pela sôfrega aurora ?

É o sol que clareia o mundo

Desde os tempos de outrora.

E no vazio dos versos vão

A sequiosa mente ardente

De um coração comovente

Comovente de solidão.

Pobre alma doi e chora

Debruçada na janela

Vendo chagar a hora

De morrer de amor por ela.

Sem orgulho, vai e vem,

Perde o sono e o sonho

De um olhar tristonho,

Sofre como ninguém.

Quem ouviu, o declarou:

Pobre vida vê a alva,

A luz que cedo o salva

Da angústia que o pegou!

No peito cravadas as mágoas

De quem o devia amar

Sem coragem de mergulhar

Nos fundos rios d´águas.

Ai como pesa a tristeza

No ombro de quem ama

Que caído nesta lama

Não levanta de fraqueza!

Vai para longe dela,

Da angústia opressora,

Esta mágoa sucessora

Dura tanto quanto ela.

Eu sem verbos comedidos

No fero vocábulo açodado,

Insofrido atrapalhado

Vi os meus sonhos perdidos.

O pejo em seus dizeres

Ouço tímidos, entrelinhas

Pela senda que caminhas,

Senda de garbos prazeres.

Mas não choro por perder

Pois te tenho na memória

A tua pele lisa e ilusória

Já se deu em meu viver.

(YEHORAM)

YEHORAM BARUCH HABIBI
Enviado por YEHORAM BARUCH HABIBI em 28/03/2011
Reeditado em 04/01/2013
Código do texto: T2875662
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