AGORA É ADEUS
O sentimento agora que me nutre
São réles sensações de amargor
Por tanto tempo que se cumpre
Cumpre-se desgraça e dissabor.
E era um amor que me sorria,
Uma linda flor desabrochar,
Uma luz brilhava ao fim do dia
E dizia, toda vez, que ela ia chegar.
Mas agora apenas doi o peito,
O pejo de uma vil ofensa
Tudo lindo já fora desfeito
Lágrimas caindo em recompensa.
Vejo adiante ponte queimada
Impossibilidade de se retornar
Devo procurar para mim nova jornada:
Nunca mais eu vou poder te amar.
E essa voz pairando duvidosa,
Falando-me que é assim a vida,
Mas não quero sentir mais lutuosa
A imagem da minha ex querida.
Ah se fui em vão desnorteado
Turbou-se em mim o coração!
O meu ser ficou doente agitado
Vaguea na noite, escuridão.
Foi-se de ti a vã, tua beleza,
Junto com aquela tua graça
Vã se tornou inda com certeza
Esta tua face que disfarça.
Tu dizias que havia em ti amor,
Eu cri que amor em ti houvesse,
Mas se houvesse não haveira dor,
Ah se o pensamento eu soubesse!
A indolência deste teu apego
E a presteza de se desapegar,
Logo perco o teu terno conchego,
E a alegria de poder te amar.
Eu sinto que é hora do adeus,
Assumir danos e prejuizos
Mudar o rumo dos caminhos meus
Do outro lado há mil paraísos.
(YEHORAM)