O ADEUS DA NOITE
A minha flor que voeja no vento,
Pelos áridos sequiosos terrenos,
Desde o norte melífluo unguento,
Na distância de amores serenos.
A tíbia brisa nos toca fagueira
Num sopro de benção impetrada,
Na romântica cantiga ligeira
Nos levando pela sua estrada.
Mas o amargo dos lábios teus,
Que repele o amor na querença
As lágrimas cintilantes de adeus
Pela triste e dolorosa sentença.
E a noite me dava adeus chorosa,
O seu manto salpicos das estrelas
Esvaindo-se no olor de uma rosa
Que na aurora não mais pude vê-las.
Despedia-se melancólico o luar
Que fulgia vultuoso e distante
Fria brisa na areia a soprar
O adeus deste amor aviltante.
(YEHORAM)