Na hora mais deserta

Meu desejo é de partir

Partir sempre

Nunca parar

Ir pela estrada

E nunca mais voltar...

Eu não sei

Mas sinto que enquanto

Passa o tempo

Estou perdendo tempo

A viver uma vida que não é minha

Uma vida de ilusão,

Uma brincadeira de mau gosto,

Que inventaram,

E que forças tradicionais

Me amarram

Numa prisão silenciosa

Cheia de solidao...

Você poderia acalmar meu coração,

Mostrar a mim

O que eu não consigo ver,

O que eu não consigo sentir...

Essa vida que todo mundo diz

Ser vida boa,

Poderia transformar em minha mente

O para mim tanto fez, tanto faz,

O que é uma coisa à toa...

Pergunto-me por quê?

Por que não encontrei

O doce da vida,

Se foi para isso que nasci?

E se não foi para isso,

Por que então nasci?

Acho que por engano

Sai do inanimado

Era eu um ser qualquer,

Uma pedra,

Um vaso quebrado,

Uma poeira intra-estrelar

E veio uma força e me animou

Sem eu querer

Sem eu querer

Sem que pudesse escolher

Entre ser e não ser...

Minha mente

É um baú de coisas densas

Que me desequilibra,

Deixa-me mais propenso

Para um lado do caminho

Esse da vida

Onde há mais espinhos,

E eu,

Apesar das coisas boas

Que temos,

Penso que elas chegaram

Na hora incerta,

Na hora mais deserta

Em que dorme meu coração...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 18/11/2006
Código do texto: T294797
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