Por que não me abençoaste?

Por que não me abençoaste?

Por que me amaldiçoaste?

Já começo forte a minha reclamação à gerência pouco gerenciada.

Eis que recito meu recinto de que desejo um ar.

Quero respirar, sabia?! Talvez você não saiba,

Entãom fica um aviso: talvez distribua cartazes pelas ruas para colocar nos postes.

Talvez eu pegue um avião e, no céu, faça fumaça com as letras descrevendo o que sinto.

Talvez eu faça fogueiras para, quem sabe, assim você me ver.

Mas esqueci que me encontro num deserto e não tenho nada disso.

No deserto, além de fome de alma, existe a tal da seca de corpo e alma.

Existe a exatidão de conceitos relevantes e irrelevantes.

Sabe o que é viver no deserto? É pouco tempo de vida.

Até que eu passei as expectativas de morte,

Então, informo que estou só o pó, mas ainda estou num estado uniforme.

Mas não se conforme, pois eu não estou conformado com esse estado.

Dou um recado que preciso da solução.

Problemas tenho aos montes.

Soluções eu tenho poucas.

No sufoco, tento imaginar o céu como criaram em minha mente:

Um céu azul,

Com anjos.

Cadê os anjos? Migraram para onde?

Diga onde estã. Sul, leste, norte ou oeste?

Estou num deserto, mas que tem mar

E, como o mar, tem ondas.

Ondas enormes que querem me engolir vivo.

Talvez me engulam, mas, enquanto isso, eu distribuo vozes para o além.

O além me ouve.

Ouve o grito de um jove.

Ouve a voz do encurralado.

Ouve a voz do desejado pelas adversidades de um deserto.

Deserto do pó.

Tempo do só.

Imploro ajuda.

Exploro as esperanças pouco deixadas à minha mente.

Enfloro meus dizeres para, quem sabe, conseguir viver mais um pouquinho.

Quem saiba caia a fixa e venha o tal do alívio.

Renato F Marques
Enviado por Renato F Marques em 24/05/2011
Código do texto: T2989993
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