Compulsiva
Ficarei aqui sentada, esperando o tempo passar
Olharei por mais algumas horas
Cada segundo girar sem parar nos ponteiros,
Por aquela porta vermelha não verei meu amor chegar.
Escrevo apenas o que sinto,
E o que sinto é dor que não passa
É piada sem graça,
É muito semelhante ao triunfo da desgraça.
Esta é minha sina
Carregar artilharia pesada nas costas
Não é o trabalho diário que me cansa
Não é o sorriso descontente que me frustra.
Mas é este finado dentro de mim
Este sentimento morto e enterrado
Colocando as asas para fora
Como se eu realmente gostasse de sentir dor.
Eu gostaria mesmo era de não sentir nada
Pois só assim minhas mãos não ficariam geladas
Ah, mas o doce gosto do desprezo
Escorre pela minha boca e pinga na minha roupa.
Ando cada dia mais compulsiva
Quase sem unhas nos dedos
Eu estava em paz, eu estava me curando
E você apareceu novamente.
Minhas noites já não tem mais sono
Os meus dias já não tem mais flores
A minha estrada já não tem mais placas
Meu coração está uma arruaça.