O REFÚGIO

Escreverei em minha vida um lindo passado,

Com tristeza vejo os meus dias se passando.

Carregando o cruel e pesado fardo,

Ví minha alegria cruelmente se apagando.

Desliza as lágrimas em meus olhos cansados,

O amargo dissabor pelo tempo envelhecido.

Digo apenas que com o tempo serei esquecido.

Senti cravar nas entranhas do meu peito,

A espada do mais duro e sanguinário destino.

Sei e compreendo que a razão foi mais forte,

Não posso sequer ser incrédulo e cretino,

O amor sempre existirá em nossas vidas.

Perambulei pelas sombras do desalento,

Esculpido em mim as angustias do sofrimento.

Não quero me ver no desalento e prantos,

Que meus dias sejam de grandes aspirações.

Ficarei no consolo de meus imensos tormentos.

Minha esperança amargamente se desfez,

Não suplicarei um olhar sequer envenenado.

Buscarei nas entranhas da solidão meu refúgio,

E entenderei que não ficarei abandonado.

Quantos dias eu passei de ternura e alegria,

Quanta falta me fizestes a insana felicidade.

Terei que entender o implacável destino,

O pecado é; ter sentido tanta vaidade.

Porque o fim já era tão esperado,

Agora que chegou, fico triste e desolado.

De ter perdido a lucidez da mocidade.

Quanta dor sinto agora, em meus tormentos

São constantes, não para um minuto sequer.

Vejo a todo momento o fim intrigante,

Não consigo explicar e nem entender

Talvez minhas súplicas foram por engano.

O que me resta são apenas lembranças.

E as mágoas de um destino leviano.

Marolla
Enviado por Marolla em 04/06/2011
Reeditado em 16/06/2020
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