MALDITO BENDITO KARMA

Essa noite eu rezei

E perguntei em silêncio

Onde está o amor que existia em mim?

Que me trazia um calor sem cautela?

E ainda se fez silêncio

E ao som de vento batendo na janela

Fechei meus olhos

Desejando em sonho uma resposta

E nem a memória se abriu

Rezei mais uma vez,

Não quero que sofras por minha causa

Mesmo sabendo que às vezes

Tudo que acontece é inevitável

E assim dizemos o quanto é injusta a vida

O quanto ela maltrata o corpo e rasga a alma

Não somos tão perfeitos quanto DEUS

Mesmo sendo a sua imagem e semelhança

Existe apenas uma parte

E por mistério indefinido

Não sabemos ao certo qual é esse

Minhas mãos tecem a vaidade nua

Infeliz sem amor, só o sabor da fruta.

O pecado de a existência, o existir

E fadado assim desde o nascimento.

Mau-caráter, talvez é essa minha atual índole

Não há desculpas a minha falta

Onde está o amor que existia em mim?

Que me trazia fervorosamente a necessidade?

A falta de companhia?

A resposta quanto mais se busca

Parece se fazer mais distante

Talvez seja essa a minha maldição

Ou meu karma

Esse que me torna tão infiel ao amor

E ele assim negligencia piedade

Agora me faz um favor

Negue-me o quanto puder

Não sou digno do seu Amor.

Otávio Augusto

Tavinho
Enviado por Tavinho em 01/12/2006
Reeditado em 01/12/2006
Código do texto: T306551