Eu morri muitas vezes...

São muitos os lugares onde já pisei

E senti a áurea do tempo

E depois, como folha que vai ao vento,

Nunca mais por ali voltei...

Eu olho em horizontal

Esse espelho onde se estende a vida

E enxergo minhas feridas

Sentindo ainda a dor, quase sempre mortal...

Eu morri muitas vezes,

Fiquei encovado em muitas estradas

Mas isso, que poderia ser muito, não é nada

Diante da morte que me cerca dessa vez...

Eu não sei lidar com isso,

Mas algo me diz que é preciso

Faz-se mister se perder, procurar o caminho,

Esse que não consigo achar sozinho

É preciso morrer... E depois renascer...

Isso que sinto,

Isso sobre qual a todos minto

Dizendo que está tudo bem

É um infinito labirinto,

Que é um embuste também...

A minha vida é assim, inventada,

Linda como um céu azul

E como nuvens de chumbo, é pesada...

Pesada, me esmaga, faz me senti um nada...

Uma invenção...

Mas o que há que não seja,

Quem é que não mente

Ao dizer que não sente solidão?

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 02/12/2006
Código do texto: T307703
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