Títulos

A escrivaninha penhorada pelo vizinho

Os portais desgastados no tempo vazio

A ferrugem esverdeada nas mãos de calos

O silêncio tombado nos corpos de anedotas incultas

O vaqueiro à apear o gado da madrugada cindida

E córregos que balbuciam ao mar vagos lumes

Os olhos transpassados de buracos em fechaduras

Há perda de títulos na nobreza dos vegetais lânguidos

Amarelados textos que escondem as lembranças

Nos brincos de princesas navegam solitárias nuvens

Derivas de esquecimento acolhidas ao ouvido da alma.