"Desengano"

No desejo de encontrar-te

Me arrumei toda pomposa

Aguardei-te em espera vã

Em certa noite ditosa

Como a enganar a mim mesma

Fingia que não era comigo

Triste foi constatar meu engano

E na noite encontrar um abrigo

Construí um castelo de areia

Quisera que fosse de pedras

Com certeza não sucumbiria

Nem me sentiria tão piegas

Jurou-me um amor intenso

Carinhos e calor sem fim

Eu acreditei piamente

Tu tão longe estavas de mim

Recordo-me o lenço de seda

O perfume, a bolsa, o chapéu

Vestido rodado de flores

Sonhos jogados ao léu

Foste o sol

Foste a lua

Foste tudo

E eu só tua!

Ledo e doloroso engano

Morte súbita de um encontro

Desventura, dor e mágoa

Doce engano, desengano!

Eliana Braga

Gaivot@

Campinas/SP/Brasil

06/12/06

Eliana Gaivota
Enviado por Eliana Gaivota em 06/12/2006
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