Camarada de pinga

O mundo tão cheio de nada

É meu camarada de pinga no bar,

No copo tão cheio de nada

Deita mais a cachaça até transbordar

O mundo tão cheio de nada

Não tem namorada, tampouco mulher,

No peito tão cheio de nada

A certeza farpada de ser um qualquer

Mundo mundo...

Antes fosse Raimundo

Para ver o fundo do poço,

Esta pele e osso que és

O mundo tão cheio de nada

Tombou na calçada em desmaio,

No sonho tão cheio de nada

Sonhava com nada demais, nada

O mundo tão cheio de nada

Despertava às margens da avenida

Na vista tão cheia de nada

Apenas o duro concreto da vida

Mundo mundo...

Antes fosse Raimundo

Para ver o fundo do poço,

Esta pele e osso que és

O mundo tão cheio de nada

Só percebeu que era nada

Na pessoa tão cheia de mundo

Que a gente de nada habita

O mundo tão cheio de nada

Gastou as pernas no mundo,

No passo tão cheio de nada

Sem destino, sem parada

Mundo mundo...

Tão escuro e imundo

Tão cheio de nada

Em pele e osso

Felix Ventura
Enviado por Felix Ventura em 09/12/2006
Reeditado em 22/01/2021
Código do texto: T313876
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