Tristes confissões de um amigo


Romper a vida
De peito aberto
Como um franco atirador
Agora que já estou cansado
Não tem a menor graça,
Os meus dias são dias cinza
São vestígios de um amor copiado
De uma historia tão boba e vazia...

Não há sequer um daqueles vestidos brancos
De rendas e sedas brancas
E uma imagem em que eu me vejo feliz
Ou embriagado, esperando por uma musa num altar.

As coisas vindas do coração brotam pequeninas
Depois se tornam maiúsculas
Mas nunca inteiras...

As minhas verdades odeiam as verdades alheias
E as minhas sementes não germinaram
Não há sequer um que se pareça comigo
Entre aquele mar longe em que nasci
E esses outros mares em quem me transformaram.



(ao amigo Cláudio, que creio já tenha se livrado de boa parte dessas nuvens...).