COISA NADA

Um dia qualquer,

Saio sem nó de mim,

Num espaço que traço,

Pisando o frio do solitário,

Sem remorso no inverso de alguém,

Querendo apenas de mim,

Afogar meu transparente soluço,

Buscando horas sem desculpas,

Em alheio desatino,

Sem esbarrar-me em sombras.

Eis que o menos é mais,

Sempre onde houver curvas,

E é bem estas que te acham,

Sem o esforço da procura...

E nem mesmo de fato,

Tanto que permeio entrar sem fugas,

Soçobrando-me da imagem,

Do dia que quer logo se acabar.

Na matemática que somos,

O total se desfaz sem soluções,

Na historia que é costurada,

Na trajetória das ciências...

Há..., veja só!

Mesmo assim,

Na alma não minha, oculta,

Assisto-a sem ser os olhos meus,

E não a noto por aqui;

Pois, fico a construir-me desconstruindo o tempo...

A vida gorda a lamber nas horas o que ainda se passa,

Zombando da outra vida magra aos outros morrendo...

Lá atrás no sussurro do ontem,

Via eu uma frase estampada:

“Antes uma pequena coisa de nada do que um nada de coisa nenhuma”

Setedados
Enviado por Setedados em 14/08/2011
Reeditado em 06/01/2013
Código do texto: T3160485
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