Seus Anseios
As linhas prateadas que cortam o céu
Desenham a silhueta da dor, camuflando
As lágrimas que correm sem cessar
Vincando a face como a erosão na terra
O sobriedade dos sentidos esmaece
Numa repleta sinfonia anestésica
E servindo à sofreguidão, os disparastes
Desatinam o senso que insiste em restar
Das andanças que já fiz, ainda o muito
Surpreende-me e nada do que faço
É decente diante dos seus olhos
Espelhados aos meus atos, vem o medo
Sem saber por qual caminho percorrer
Vou vagueando, sem sentido, sem destino
E talvez se um dia eu chegar na altitude
De teus anseios, eu possa repousar sem dor.