Bombardeado

Meus passos vigiados, falta de privacidade.

Meus horários controlados, essa merda de vida mal passada.

Alvo das frustrações alheias de uma puta desgraçada,

que não vive a própria vida e traz a minha acorrentada.

Infelizes os meus dizeres, essa poesia tão condenada.

Infeliz de mim, nessa inércia - descabida e despontuada,

conduzindo minhas atitudes ao ódio total por mim mesmo.

Acomodado aos desprazeres de minha própria decadência.

Atordoado nessas noites e sem a menor complacência,

quero mais que qualquer um mandar tudo isso pro inferno!

E se nada ajuda nesse caos, quando perco o próprio rumo

acho que sumindo daqui, eu me ajeito, eu me arrumo.

E aquilo o que me cobram, chamando de responsabilidade

deixo pr'aqueles que querem viver de impossibilidade

e amarram os prazeres nos pés de uma cama quebrada...

Cansei de servir de arrimo para uma família exterminada!

UNDERWORLD
Enviado por UNDERWORLD em 11/09/2011
Reeditado em 05/04/2013
Código do texto: T3212826
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