Bombardeado
Meus passos vigiados, falta de privacidade.
Meus horários controlados, essa merda de vida mal passada.
Alvo das frustrações alheias de uma puta desgraçada,
que não vive a própria vida e traz a minha acorrentada.
Infelizes os meus dizeres, essa poesia tão condenada.
Infeliz de mim, nessa inércia - descabida e despontuada,
conduzindo minhas atitudes ao ódio total por mim mesmo.
Acomodado aos desprazeres de minha própria decadência.
Atordoado nessas noites e sem a menor complacência,
quero mais que qualquer um mandar tudo isso pro inferno!
E se nada ajuda nesse caos, quando perco o próprio rumo
acho que sumindo daqui, eu me ajeito, eu me arrumo.
E aquilo o que me cobram, chamando de responsabilidade
deixo pr'aqueles que querem viver de impossibilidade
e amarram os prazeres nos pés de uma cama quebrada...
Cansei de servir de arrimo para uma família exterminada!