Bolinha de Sabão

Saudade da infância,

Daqueles dias talvez inocentes,

Brincadeiras sem esperança,

Tudo parecia correr livremente.

O primeiro beijo,

Provar de lábios,

Suspiros sem jeito,

Fugas de confessionários.

A magia daquele brinquedo,

Que produz bolha de sabão,

Água e sabão misturados no meio,

Ao fazer a magia era pura emoção.

Seu rosto entre as bolhas,

Pareciam vários reflexos,

Desprendiam da árvore, folhas,

Nós ali, totalmente perplexos.

Leve tocar de dedos,

Em busca do instrumento,

Saculejando sem medo,

Soprando bolinhas ao vento.

Mistura de química desconhecida,

Doce cabala que nos agradava,

Fazíamos intensamente coloridas,

Arco-íris que se anunciava.

Na empolgação,

Bolhas imensas surgiam,

Dava satisfação,

Ver formas que emergiam.

Grudavam nos cabelos,

Estourávamos no ar,

Um divertido brinquedo,

Que nos permitia aproximar.

Molhados com sabão e água,

Contagiando os céus,

Ver até onde cada uma voava,

Nosso infantil véu.

Desejosos de alçar vôo,

Imitando as leves criações,

Mesmo sem asas no corpo,

Importa sonhar em flutuações.

O rompimento das cápsulas,

São como a maturidade advinda,

Matando a inocência primária,

Tendo como conforto o solo e a queda dolorida.