Aceito.

Parece que perdi a sensibilidade,

não sinto mais o fator humano.

Assisto de camarote ao fim da mediocridade

e não mudo a rota nem os planos!

Parece até que estou fora do corpo

e deste plano de vida,

não registro mais no rosto

traços de dor ou alegria!

Vejo a ilusão diária e chata

e torço pelo fim de tudo.

Não me importo nem com quem me mata,

agora não mais me iludo!

Vejo tudo com indiferença,

não quero mais me enganar.

Perdi até a expectativa da sua presença,

que poderia me alegrar!

Se o fim estiver próximo, eu aceito

em doses suaves de licor,

mas não enfie o punhal de prata em meu peito,

detesto sentir dor!

Já que você se vai, pelo menos vá de dia

e faça o que tiver que fazer.

Eu vou buscar na poesia

o que certamente não encontrei em você!