TEREI QUE LHES DECEPCIONAR DE NOVO

A areia não para de descer

A ampulheta me mostra o tempo correr

Tanto tempo faz que eu estou aqui

Viro a ampulheta pra me distrair

Nada em volta para passar o tempo

Procuro um lugar para poder fugir

Uma fuga desse muro de medos

Que construíram em volta de mim

Mais uma vez vou ter que decepcionar

Esses senhores que me querem de joelho

Prostrado aos seus pés a mendigar

E me afundar num mar de desespero

Com medo do desconhecido,

Da mentira contada do berço ao jazigo

Já me cansei de todo esse jogo sujo

Por isso me tornei senhor de meu mundo

E ainda querem me ver caído num piso sujo

Implorando perdão pelo que não me arrependo

Sinto mas terei que lhes decepcionar de novo

Transformando em néctar esse seu podre veneno