Minha vida é um trem desgovernado

Minha vida é assim e nada muda

Nos vagões desse trem desgovernado

Onde sou carcereiro e apenado,

Guarda-freio ao léu pedindo ajuda.

Rogo a Deus lá do céu que me acuda,

No caminho de ferro dê a pista

E aponte no meio dessa lista

O astral da fortuna detalhado,

Minha vida é um trem desgovernado

Sem destino, controle ou maquinista.

Fui largado no meio do caminho,

Ambulante de mera fantasia,

Vivo assim sem registro todo dia

Enfrentando tufão, redemoinho,

Minha cama é feita de espinho,

Em vagão cruel e determinista,

Portador de bilhete fatalista

Que não leva ao destino desejado,

Minha vida é um trem desgovernado

Sem destino, controle ou maquinista.

O farol desse trem nada ilumina,

Deslizando nos trilhos da paixão,

Pára sempre na mesma estação

De lembrança cruel que alucina,

Detonando dose de adrenalina

Na cabeça do pobre repentista

Que por isso só vive pessimista,

Sem alento e desorientado,

Minha vida é um trem desgovernado

Sem destino, controle ou maquinista.

Fábio Mozart
Enviado por Fábio Mozart em 17/11/2011
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