Só solidão...

Eu procuro

Nunca acho

Quem me dera ser como Picasso...

Na minha busca me desfaço

E depois esqueço o que buscava

Então volto aos meus pedaços

Mas eu nunca me refaço...

E assim

Tantas vezes tentando

Eu me lancei várias vezes procurando

E outras tantas a mim voltando

Que hoje eu já não sei

O que comecei buscando....

O que de mim sobrou é muito pouco

Aquele menino não existe mais,

Se perdeu, se tornou em louco,

O que hoje não sabe o que faz...

Às vezes ele ver amanhecer o dia,

Outras vezes contempla o anoitecer,

E nessas horas neutras ele sente alguma alegria

Senti a poesia e a melancolia e

A esperança de que um dia nada mais vai ver...

Às vezes ele escreve uns versos,

A maioria esconde, não ler,

Nem deixa ninguém ver...

Diz ele que para entender

As pessoas tinham que ser como ele,

Admirar o nascimento do dia

No mesmo momento em que

A noite está a morrer,

E também à morte do dia

Enquanto a noite esta a nascer...

E ainda mais

Os seres não deviam ter tanta certeza

Do que são

Pois no se desfazer-se refazer-se

Eles sempre perdem um pouco de si,

E ficam como ele

Que foi se tornando só solidão...

Sebastião Alves da Silva
Enviado por Sebastião Alves da Silva em 04/01/2007
Código do texto: T336631
Classificação de conteúdo: seguro
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.