C R E P Ú S C U L O

Na abóbada celeste o sol se balança

E assim de várias cores vai pintando o horizonte

Lentamente atrás dos montes, vai sumindo e lá descansa

Aos poucos a noite avança, com estrelas que não há quem conte

O sol que das cores é fonte, aos poucos seu calor se amansa

Doce como uma criança, no colo da noite se esconde

Só eu que não sei pra onde, se foi a minha esperança

Que as alegrias de ontem, em novo amanhã desponte.

E na hora do crepúsculo, os horizontes multicores

Trazendo-me tristeza e dores o nostálgico lusco-fusco

E a vida deu-se ao luxo de mudar-se em dissabores

As lembranças dos amores, que se foram em gestos bruscos

Meu olhar tornou-se ofusco, tanto que chorei, horrores...!

De uma vida de flores, transformada em galhos murchos

Assim o destino rústico, numa inversão de valores

Numa vida só de dores, transformou-se a paz que busco

A paixão não resolvida destruiu minha auto-estima

Em versos de poucas rimas, minha alma consumida

Minh’alma desiludida que o meu corpo pouco anima

E aos poucos, nesse clima de esperanças perdidas

A existência inibida, por falta de adrenalina

Ao abismo se declina e assim nessa descida

Ao ocaso, à desdita pouco a pouco termina

Sentindo que se aproxima, o crepúsculo da vida

CEZARIO PARDO
Enviado por CEZARIO PARDO em 07/12/2011
Código do texto: T3376991