E ele trazia nas costas
o peso de uma cruz
uma tristeza contagiante
Qual a morte de Jesus

Olhar perdido nos montes
e de ouvidos mocos pra vida
trazia em seu semblante
uma saudade doída

Carregava a lata de tinta
e no coração um sufoco
Uma pá de cal e cimento
e quem sabe...um amor morto

De vez em quando falava
da vida com cultura vasta
de filosofia e política
e das diferenças de castas...


Não havia como negar
a sensibilidade estampada
Seus olhos de horizonte
rumavam na poeira da estrada

Fiquei sabendo "en passant"
Que ele era um poeta,
cantor e compositor,
e das palavras profeta...

E aquela alma de artista
pincelava as minhas paredes
com zelo e com maestria
como se fosse uma tela
da mais alta Dinastia...

Uma solidão profunda
em seu peito arraigada
que só um ser tão sensível
é capaz de carregar...

Não sei se de tanto amor
ou quem sabe por não amar...


Ao som de-
Cidadão-Zé Geraldo







Nalva Sol
Enviado por Nalva Sol em 09/12/2011
Código do texto: T3379817
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